PROCESSO DE CRIAÇÃO: A CONSTRUÇÃO DE UMA PEÇA INOVADORA

Posted on 15:56 by Felipe Guerra | 0 comentários

Para produzir o colar de ouro com 200 canudos que emitem luzes, produzido com o uso do LED, finalista do maior concurso de ouro do país, o AuDITIONS 2010, Felipe Guerra teve um enorme desafio. A implantação da técnica inédita, que possibilitou incorporar os emissores de luz na joia, exigiu buscar diferentes alternativas que envolvessem os tradicionais processos milenares em ourivesaria e adaptá-los para uma tecnologia moderna, nunca antes explorada. Uma ideia arrojada, fruto da experiência em arquitetura do profissional, que assina um conceito diferenciado, o de arquitetura de joias.
Dois ambientes foram utilizados na execução desse ousado projeto: um ateliê de ourivesaria e um laboratório tecnológico. Ourives e técnicos altamente capacitados, trabalharam em paralelo, para produzir o colar.

Conheça os detalhes do processo

Molde: o primeiro passo envolveu a criação do molde em cera, oco e em meia cana, feito para suportar os 200 canudos, todos os componentes eletrônicos do LED, além das dobradiças e do fecho da peça. Ele foi subdividido, numerado em partes e preenchido com gesso, endurecido no forno, em alta temperatura, formando um molde interno a partir da sobra da cera derretida, onde foi injetado o ouro líquido. Após dissolver o gesso em água e resfriar o material, as sobras foram limadas e as partes soldadas. O polimento e a instalação das dobradiças completaram o esqueleto da peça.
Canudos em ouro: A produção dos 200 canudos de ouro contemplou a técnica de trefilação.
O ouro puro, a liga em prata e o cobre foram fundidos para haver a fusão completa das partes. Ainda liquefeito, o material foi derramado em um molde de aço, formando pequenas barras de ouro, laminadas em tiras longilíneas para alcançar uma espessura mínima.
Para evitar que o material ficasse quebradiço, foi preciso executar o recozimento da peça, já que, quando laminado, o material dobrava de tamanho.


 
             
         
                                                                                                           
Nas dimensões desejadas, a lamina foi cuidadosamente moldada em uma barra de aço e recebeu marteladas leves. O ouro envolveu o molde e, ainda sem acabamento, o conjunto já tomava forma.
                                                                                    
A trefilação, uma das etapas mais complexas, exigiu força física e consistiu na passagem da peça por uma matriz (fieira). Cada vez que o material passava por ela, esta era substituída por outra, de diâmetro menor até chegar ao diâmetro desejado do tubo.



Para o acabamento, uma lixa bem fina foi utilizada, passada em um único sentido em toda a superfície para criar o efeito fosqueado e contrastar com o polimento impecável da peça de suporte.
Depois de prontos, os canudos em ouro foram montados no esqueleto, previamente moldado, e já com furos de encaixe. Posicionados um a um pelo interior do esqueleto, demandaram também a aplicação de uma usada solda elétrica, que evitou danificar o acabamento realizado e garantiu a fusão das partes.  A joia estava pronta para receber os LEDs.


          
                                                         
 
Para efetuar o acabamento de toda a parte eletrônica, foi efetuada a resinagem na parte inferior da peça, que ocultou os componentes eletrônicos.
Com os testes finais de durabilidade da bateria e da intensidade luminosa dos LEDs, realizados por Felipe Guerra, a joia estava pronta para desfilar na passarela. Uma peça inovadora, criativa, com design único, provando que a tecnologia pode abrir espaço para novas descobertas.

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